Percurso
Rota dos pescadores
Rotas do Litoral Alentejano
Perfil: Plane
Época aconselhada: From October to April
From Praia do Carvalhal to Praia da Galé, along the coast, through pine forests and the fossil cliffs of the Alentejo coast.
Ext.: 12.4 km 04:00h Dificuldade: Gráfico da altitude:
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Descrição
Rota dos pescadores (12.4 km)
Walk from Carvalhal Beach to Pego Beach, along the beach or along a path along the coastal dune.
From Praia do Pego car park, head east on a crosswalk leading to a small circle of cement in an elevated location. From this play heliport, always head south along a road parallel to the beach. You will eventually cross (at 38.2550 -8.7686) the paved road that connects Pinheiro da Cruz to Praia da Raposa.
Continue south to the geodesic vertex of Medronheiro (altitude 76 meters), with the Grândola Mountain visible at southeast. And continue south through the pine forest until you reach the north entrance of Spatia Melides Beach Residences, an aborted venture that promised to create 2,000 jobs on a 800-acre property that was then considered a "Potential National Interest"(PIN), and has therefore benefited from several environmental exemptions. Today, it looks abandoned.
You must have already traveled 2/3 of the walk, a little monotonous, but cross the road that connects Herdade do Pinheirinho to Pinheirinho Beach, and continue (at 38.2353 -8.7665), now southwest, for a road that is also approaching the coast. It is heading towards the fossil cliffs of the Alentejo coast, a place of magical, surprising, placid beauty that suggests some meditation. We are truly before nature and its eternity. High on the cliffs, some scattered plants (see which ones) cut the uniformity of the sandstone. Superb!
Continue south over the cliff along Praia da Galé until you reach Praia da Galé campsite. Camping here is, in itself, a bath of pleasure and calm. Give it a try… It's just that the tour ends here.
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Rota dos pescadores (12,4 km)
Dirija-se da Praia do Carvalhal até à Praia do Pego, ao longo da praia ou por uma vereda ao longo da duna litoral.
Do parque de estacionamento da Praia do Pego dirija-se depois para nascente, por uma passadeira que conduz a um pequeno círculo de cimento num local elevado. Desse heliporto de brincadeira, siga sempre para sul, por um estradão paralelo à praia. Acabará por cruzar (em 38.2550 -8.7686) a estrada asfaltada que liga Pinheiro da Cruz à Praia da Raposa.
Continue para sul, ainda, por estradão, até ao vértice geodésico do Medronheiro (altitude 76 metros), a serra de Grândola ao longe, a sudeste. E continue sempre para sul, por entre o pinhal, até chegar à entrada norte do Spatia Melides Beach Residences, um abortado empreendimento que prometia criar 2.000 postos de trabalho, implantado numa propriedade com 800 hectares, e que na altura foi classificado como projeto de "Potencial Interesse Nacional" (PIN), e por isso beneficiou de várias isenções ambientais. Hoje, parece abandonado.
Já deve ter percorrido 2/3 do passeio, um pouco monótono, mas atravesse a estrada que liga a Herdade do Pinheirinho à Praia do Pinheirinho, e continue (em 38.2353 -8.7665), agora para sudoeste, por um estradão que se vai também aproximando da costa. Está a dirigir-se para as arribas fósseis da costa alentejana, local de uma beleza mágica, surpreendente, plácida, que nos sugere alguma meditação. Estamos verdadeiramente perante a natureza e a sua eternidade. No alto das falésias, algumas plantas dispersas (ver quais) cortam a uniformidade do arenito. Soberbo!
E continue para sul, por sobre a arriba, ao longo da Praia da Galé, até chegar ao Parque de Campismo da Praia da Galé. Acampar aqui é, só por si, um banho de prazer e calma. Experimentem… É que o passeio termina aqui.
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Fauna
Aqui a fauna é mais esquiva. Mas com um olhar atento e a paciência e calma que este percurso nos proporciona é sempre possível ver um vulto pelo ar ou movimentos pelo canto do olho.
Sempre presentes estão as gaivotas-de-patas-amarelas e d’asa-escura (Larus michahellis e Larus fuscus) que se podem observar em bandos pousadas no areal a descansar ou a sobrevoar a nossa cabeça. A gaivota-d’asa-escura tem uma plumagem cinzenta-escura no dorso e branca na barriga e cabeça enquanto que a gaivota-de-patas-amarelas é nitidamente mais clara no dorso. São também comuns os guinchos (Larus ridibundus), notoriamente mais pequeno que as outras espécies de gaivotas, com as patas e bico vermelhos e a plumagem da cabeça branca, sendo especialmente abundante nos meses frios; os bandos de pilritos-das-praias (Calidris alba) a correr junto à zona de rebentação; o borrelho-grande-de-coleira (Charadrius hiaticula) com a sua coleira preta, o seu ar rechonchudo e o seu bico alaranjado; e o borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus).
Na zona de dunas podem atravessar-se no nosso caminho algumas espécies de lagartixas como é o caso da lagartixa-de-Carbonell (Podarcis carbonelli), endémica da Península Ibérica e considerada vulnerável no nosso país pelo livro vermelho de vertebrados. Este é também território de algumas cobras como a cobra-de-ferradura (Coluber hippocrepis) e a cobra-lisa-meridional (Coronella girondica), entre outros répteis.
Ao olharmos com atenção para a areia na zona dunar podem ver-se pegadas de raposa (Vulpes vulpes) e indícios de coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus), como pegadas e excrementos, pequeninas bolinhas castanhas espalhadas aqui e além, especialmente perto de zonas escavadas e das suas malhadas.
Sendo no mar, no ar ou em terra durante todo o percurso a presença da fauna faz-se notar, envolvendo-nos neste cenário maravilhoso da costa alentejana.
Baseado em:
http://www.wilder.pt/seja-um-naturalista/como-identificar-as-aves-que-ve-na-praia/
Flora
Mais uma vez a vegetação predominante é a vegetação dunar. Aqui são de salientar a presença de arribas constituídas por sequências sedimentares essencialmente detríticas do Plio-Plistocénico (areias finas a grosseiras, cascalheiras e argilas) mas também do Miocénico (arenitos, siltitos, argilitos, arenitos com cimento carbonatado e argiloso com fósseis e calcários). As cotas destas arribas variam entre os 13 e os 50 m. Observam-se também cones de dejecção no sopé das arribas que são constituídos por areias finas a grosseiras com seixos. Os cones de dejecção também surgem associados a linhas de água que desaguam (aluviões) nas praias. As arribas encontram-se cobertas por um campo dunar considerado mais antigo relativamente às dunas que surgem a cotas mais baixas e que são actuais.
Devido a estas arribas fósseis a vegetação dunar tem uma linha de separação entre as dunas vegetação primária e secundária bem marcada.
Quase sem se fazer notar perto da base das arribas as plantas da duna primária vão aparecendo. São comuns o estorno (Ammophilla arenaria), o feno-das-areias (Elymus farctus), a granza-das-praias (Crucianella maritima) e os cordeirinhos-das-praias (Otanthus maritimus).
Subindo até ao topo das arribas a vegetação é constante, primeiro com vegetação rasteira, seguida de arbustiva e depois arbórea.
Na vegetação rasteira temos o tomilho carnudo (Thymus carnosus) endémico do nosso país, o cravo-das-areias (Armeria pungens), o goivo-da-praia (Malcolmia littorea), a morganheira-das-praias (Euphorbia paralias), o lírio-das-areias (Pancratium maritimum), o cardo-marítimo (Eryngium maritimum) e extensos “mantos” de chorão-das-praias (Carpobrotus edulis).
O chorão-das-praias é uma espécie de planta suculenta, rastejante, nativa da região do Cabo, na África do Sul. Cultivada como planta ornamental e pelo seu fruto comestível, em regiões com clima semelhante ao da sua área de distribuição natural, escapou ao controle humano e tornou-se uma espécie invasora. Colocando sérios problemas ecológicos na conservação das associações vegetais autóctones. Ao formar vastos tapetes mono-específicos, as populações de chorão-ds-praias eliminam do habitat as espécies pré-existentes, baixando a biodiversidade ao competirem directamente por nutrientes, água, luz e espaço com diversas espécies ameaçadas e em perigo de extinção.
Ao nível dos arbustos temos a camarinha (Corema album), o tojo (Stauracanthus genistoides), o rosmaninho (Lavandula luisieri subsp. lusitanica), a sargaça (Halimium halimifolium), o saganho-mouro (Cistus salvifolius), a erva-pinheira (Sedum sediforme) e o zimbro (Juniperus communis).
Por fim, no nível arbóreo temos marioritariamente pinheiros mansos (Pinus pinea) e lentiscos (Phillyrea angustifolia).
Comentários
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